Deixar voar, libertar os sonhos
Há cercas, arames farpados, Esse perculso lado a lado Uma ancora, forte raiz Um peso que não condiz A ladeira molhada A laje vigiada É o morro todo Não é chuva São tristes lágrimas O trabalhador A molecada Dona de casa É paçoca, ou cocada? Coca da vovó? Ou apenas pó? O que vende mais: O bananada ou sacolé? Qualé ? O luxo aqui carece Digna é a nossa labuta Era dia, agora anoitece Era recatada agora é puta Tem-se dignidade O respeito à divindade Pobre, contudo bem feliz Em busca dessa tal liberdade Beber e não ser alcoólatra Ser religioso e não ficar fanático Não se torne refém Nem de si mesmo Nem de ninguém Livre-se de tudo Ate de seu pensamento Tente em nada pensar (Fácil não será) E perceba o livramento No alto do morro estás O ponto mais alto Pássaros Nuvens Deus Acima Dele talvez a liberdade Talvez o fanatismo (Não se sabe) De repente a vontade De repente o abismo Melhor da laje descer Na ladeira correr Voar baixo Pois queda alta leva a morrer Isso não seria voar Nem sonhos libertar