Anjo quase obscuro.
Hoje vi um cara estranho. Se auto intitulava Anjo da Morte, Não possuía nenhum rebanho, E sua espada, sem fio, não fazia corte. Era um cara sinistro sim e solitário. Gostei de suas asas e trajes cinzentos. Ele curtia ficar a sós no calvário, Recitando longos mantras de lamentos. Até que seu timbre de voz não me assustava, Sua face sem expressão também não. Parecia que um efeito sonoro o imitava, Em lugar de seu rosto havia um borrão. O cara era cômico e tinha um papo legal. Articulava sobre a morte, a vida; céu e inferno. Distinguia bem o carnaval do Natal, E dizia que enquanto vivo só andava de terno. Eu ri, pois o achei melhor agora do que em vida, Porque estes não valem uma xícara de café. Geralmente os de terno têm uma vida bandida, E são exímios ladrões ou negociantes da fé. O pobre anjo concordou e riu também. Lembrou de um humilde s enhor carpinteiro . Quando tentou instruir a todos da Terra e do além,