Fé e medo extremos
Por causa do vento forte que lá fora faz. As folhas de uma imponente amendoeira se agitam, se rebelam, me tiram a paz. Fazem sempre o mesmo movimento, Num fúnebre cenário em tons cinzentos. Isso me dá calafrios, arrepios! Mas não é do frio que faz, e sim do medo mordaz. Na parede do meu quarto se projeta uma sombra sinistra. Me cubro, tenho medo de encará-la. É como dar de frente com uma tropa Nazista. Prefiro ter mil pesadelos, entrar em desespero. A ter de fantasiar todo meu trauma, em preto e branco, numa tela de concreto. Minha cama é um cativeiro, no qual eu sou o carrasco de mim mesmo. Me prendendo em pensamentos, desejos e angustias. Fazendo 1 minuto levar 365 dias para se completar. Fazendo meu cérebro perecer, apodrecer. De tanto pensar, pensar... Penar. Daqui pra lá e de lá pra cá, sem o sono sequer à minha porta tocar. Barulhos repetitivos que chegam ao meus ouvidos como uma assombrosa orquestra sinfônica. Não me deixam rezar, orar, sei lá... Nessas horas tudo o que vier