O grito da alma mais silenciosa, Externa-se da forma mais misteriosa. Vigorosa. Que nem mesmo a mãe, De todos os sons já produzidos, Suportaria tal efeito. Se fosse assim, jazeria no leito, Mesmo em seu estado mais perfeito. Tal sonoridade, de forma majestosa, Preencheria todos os espaços dessa esfera rochosa. A dor da solidão. É como a imensidão, sem dimensão, Do turbilhão de estrelas, de Luas e de Sóis. Desse céu infinito, que por acaso termina, Debaixo dos meus lençóis. Este que entende meus prantos Que se ensurdece tanto, E até esquece o tema de minha dor. As vezes preciso acender um letreiro, Na fronha de meu travesseiro indicando: "Hoje não está dando, meu senhor!" A dor que me consome. Que se embebeda de minha acidez. Toda vez que eu, em plena lucidez, penso em vocês. As lagrimas dançam ao som da valsa sombria. Enquanto que, na luz do dia, meu olhos se fecham.