Seria um sonho a felicidade?


(Não sei se defino como pesadelo ou um sonho)


Eu estava escrevendo meus humildes textos, - essas rimas que alguns a definem como poesia - e quando terminei, um senhor, com vestes estranhas, barbas longas, chegou ao meu lado e pediu para lê-lo:

- O que tu escrevestes aqui? Mas que horror!

- Considere... Não sou profissional... Nunca nem estudei para tal.

- Esta segunda estrofe aqui, não condiz com o "ser" e o "um"... - dizia o senhor. 

Ele falou, falou, falou e eu não entendi duas palavras ligadas uma à outra. O cara parecia falar grego. (Ah e por falar em grego, o homem se apresentou, após as críticas. Era ninguém menos que Aristóteles. Mas como era um sonho, ele se expressava em português mesmo). E continuou... Ele simplesmente escreveu um livro, a partir de teses e antíteses baseadas na minha pobre poesia... Seu livro se chama "Metafísica". Só o título já é de difícil compreensão.

Enquanto debatíamos, eu me defendia, óbvio. Eu me expressava, em forma de poesia, sobre mim mesmo - e que não era lá aquela poesia. E somente eu, creio, posso falar o que sinto e que, de fato, eu sou e, ao que me conecto. 

Quando percebi que Aristóteles estava chegando a uma conclusão sobre meu trabalho, - que é uma vitória para mim, realmente, pois filósofo que é filósofo, grandioso, é aquele que pensa, pensa e não se chega a lugar algum, deixando sua dúvida (ou suas assertivas) em aberto, e ao longo do infinito ninguém também consegue defini-la -  surge, do nada, seu conterrâneo, Epicuro.

 Este chegou cheio de atitude e me esculhambando, me acusando de faltar com respeito ao tempo e ao prazer. Aristóteles o chamou de louco. E ficaram discutindo, dialogando sobre milhões de coisas. Eu dormi em meu próprio sonho. 

Então Epicuro tratou de escrever o que pensava. Dizia ser uma carta a um amigo seu. Seu rascunho tão logo ficou pronto e posteriormente fiquei sabendo que a "Carta sobre a Felicidade (A Meneceu)" viera deste pequeno encontro em meu sonho. 

Eu fui criticado por Aristóteles e Epicuro, e ainda assim não me envergonho de lançar o que penso sobre mim, como um indivíduo, como “ser” e “um”, aliado à felicidade:

A felicidade é, na verdade, quero dizer, 
ficar, nem que seja por um minuto, 
proporcionalmente longe do prazer.
A medida que dele se afasta, resoluto,
mais feliz se torna o nosso ser.

Comentários

  1. A felicidade não existe. O que existe são momentos felizes.

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  2. Visão maravilhosa do ser.
    O encontro dos pensamentos e pensadores.
    Aquele que serve ao seu senhor.
    Aquele que dita ao seu adido
    Flutuação de imagens ao ler este texto.
    O agora e o tempo outrora.
    A felicidade em momentos.
    Eu tive este momento feliz ao ler este texto de encontros e sonhos.
    Que sejamos tão felizes quanto nossos sonhos.

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