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Mostrando postagens de fevereiro, 2016

Diálogo com a chuva

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Numa bela noite eu rogo uma companhia. Eu estou só e quero conversar. Eis que a chuva me dá o ar da graça. Eu sinto que ela quer se comunicar. Primeiro ela chega e toca a terra de mansinho. Vem graciosa, sem alterar o tom de sua voz. No meu ouvido sussurra baixinho, Feéricas frases, formosas como rosas e girassóis. A chuva, alegre, arruma um meio melhor de se comunicar. Ela usa as folhas de uma linda amendoeira. Que, verde, leve e vivas nas alturas, Deixa cada gota cristalina se chocar. A cada pingo surge uma palavra. Ora fica aquele silêncio, ora vem uma enxurrada. Às vezes as gotas sincronizam-se. Mas de uma tal forma que... Parece uma linda sinfonia, Entoando a mais perfeita melodia, Que meu pobre coração já sentiu. Eu as ouço e compreendo-as perfeitamente. (Com a amendoeira intermediando a conversa). A chuva diz: "Calma, menino! Não tenha pressa. Estou aqui, pois gosto de ti". Quero responder, mas não consi

A estrela

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Olho para o céu, estrelas cintilam. É uma linda noite... A Lua se esconde, mas por onde eu olho, Vejo brilhar, no infinito, o teu fascinante olhar. Sinto vontade de percorrer esse firmamento. Contar as estrelas de perto, Com você descobrir novas moradas, E encantar todo o universo. Para mim, essa noite não terá fim. O tempo irá parar, mas nada irá morrer. Não interessa o medo que sentiremos. Não importa o quão escuro será. Eternamente nós dois viveremos. Sem espaço-tempo ou um evento qualquer. Levando  Einstein e Newton ao erro. Nós dois, apenas eu e você. Temos tudo, os astros, estrelas, o cosmo. Para mim nada importa, Nem o que diz o mapa astral. Sou aquele que abre e fecha as portas. Afinal, agora eu sou o zelador do espaço sideral. Na verdade, tudo isso é lindo. Mágico, surreal! Não é um sonho ou alucinação. E acontece toda vez que eu olho para você. Mas todo esse universo, não basta sem ti. Não me importa um monte de planetas

Mãe cujos filhos são como peixes

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Mãe, grande Mãe, Acima do bem e do mal. Rainha do mar. Ingênua, serena e calma. Mas, quando se enfurece, Suas ondas vêm da alma. A Terra toda estremece. Um espetáculo ímpar são seus cabelos, longos e esplendorosos.  Crescem sem parar. Vaidade, sedução e encanto: Sereia que, a noite, em alto mar, Entoa os mais belos cantos Aos pescadores atrai-lhes a atenção. Leva-os ao fascínio e perdição. Em bela noite escura,  Negra como África O luar, como escultura, Na mais completa solidão, Num lindo gesto materno, Ela os acolhe em seu seio. Dando lhes carinho e atenção. É o ser mais belo que Deus tem em sua criação. Dia dois de Fevereiro, dia de Iemanjá! Dia dos filhos, em devoção e fé, Lançarem flores no mar. Num rito sagrado, da Umbanda e Candomblé, Todos remando na mesma maré, Clamam a proteção, para o mal os afastar, Salve Odoyá!